sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A espera na janela


Tem tanta coisa que eu gostaria de aprender, uma delas é falar a língua dos pássaros.
Adoraria me comunicar com eles, passar da fase da melodia para entender o significado das letras, saber para onde vão quando querem se divertir ou se esconder do mundo.
Uma pena que isso está tão distante de mim... hoje seria muito útil.
Eu comprei um potinho vermelho para guardar água e néctar, pois me garantiram ser o prato favorito dos beija-flores. Eles sempre me visitam e eu nunca ofereço nada, resolvi deixar de ser mal- educada.
Então, escolhi uma sombrinha para pendurar o quitute, tudo para mantê-lo bem fresquinho, longe do sol forte do verão, e estou aguardando as visitas.
Já faz alguns dias que elas não aparecem. O que aconteceu? Será que estranharam tanta cortesia? Se não falo a língua dos pássaros, como posso me desculpar e dizer que mudei.
A espera me angustia, a ansiedade tem sido minha companheira. Todos os dias, eu acordo e vou verificar o bebedouro.
Talvez sejam discretos e gostem de se alimentar longe dos olhares de uma estranha. Não é porque nos encontramos algumas tarde, que já somos amigos. Eu sei o meu lugar.
No entanto, a água permanece intocável. Será que os beija-flores resolveram fazer regime logo agora? Serão adeptos da alimentação natural, só bebem néctar diretor da flor?
Ou será que o que falta é marketing? Preciso dar um jeito de tornar o meu bebedouro mais atraente. Pensando nisso, talvez possa colocá-lo próximo a uma linda flor roxa que tem no meu jardim.
Ou, quem sabe, posso arrojar e criar um visual mais luminoso, com as luzinhas da árvore de Natal? Será apelar demais?
Só não posso considerar que os meus visitantes tenham se aborrecido comigo, pois sequer nos falamos.
Vocês, beija-flores, poderiam reconsiderar e aparecer para me visitar neste final de semana. Não precisam ficar, provem da minha hospitalidade e depois vão embora.
Mas apareçam!

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