sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Pais e Filhos - Sobrevivendo ao Vestibular



A minha filha Luíza está vivendo aquela fase neurótica dos exames de vestibular.
Ela está estudando muito, dormindo pouco, comendo em horários malucos e, de uns tempos para cá, deu para tomar café.
Tudo seria menos problemático se eu não fosse a sua mãe. Kkkk


É que ver tanto esforço da parte dela às vezes me faz sofrer.
Como eu gostaria de poder dizer para ela não ficar muito nervosa, estudar menos e se divertir mais. Eu não posso.
Se eu fizer isso, ela seguir o meu conselho e não passar no vestibular eu sei que vai me culpar.
Se eu deixar as coisas seguirem esse rumo também me sinto incomodada.
Afinal, eu já vivi mais do que ela para saber que tudo na vida se encaminha. Nada acontece fora do tempo.
O que eu faço? Eu tento acompanhá-la.
Se ela está chata, eu me afasto e espero passar. E quando ela está mais tranqüila, eu aproveito para abraçá-la, beijá-la e, se tiver sorte, ela até aceita assistir a televisão comigo. 
Mas, outro dia, nós duas tivemos uma conversa muito bacana.
Ela estava deitada na cama, mas não conseguia dormir. Eu entrei no quarto e sentei ao lado dela.

- Mãe, eu já estou aceitando melhor o fato de que talvez precise fazer cursinho antes de entrar na faculdade que eu quero. Antes, isso me aterrorizava, mas agora penso diferente.

Eu achei curioso.

- O que mudou?
- Estou me sentindo muito nova para morar sozinha e também para ir à faculdade.

A vontade é pegar no colo e embalar, dizer que ela não precisa ir, aliás, quem disse que eu quero que ela vá. Eu nunca disse isso.
Mas, ao mesmo tempo, eu preciso pensar no que vai ser bom para ela. E ela vai precisar crescer alguma hora.
Enquanto eu tentava explicar que tudo ia dar certo, que eu também tinha passado por aquela fase, ela ficou muito brava e disse que não me devia satisfação. 
Como assim???? Na hora, eu respondi sem pensar que, enquanto eu pagasse as contas, ela teria que me dar satisfação. 
Ficamos bravas. Saí do quarto.
Mas, segundo depois, eu estava de volta. Sentei ao lado dela e pedi para voltar à conversa porque eu tinha me expressado muito errado.

- Não é porque eu pago as suas contas que você me deve satisfação, eu errei, desculpa. Nós podemos discutir, mas eu sempre vou te apoiar e estarei ao seu lado, mas preciso saber o que você pensa. Você precisa me dar argumentos para que eu possa te defender contra o mundo se for preciso. Entendeu?

Sim, ela entendeu.  

 

 

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