segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Buenos Aires só para as meninas

 

Finalzinho do mês de julho, eu viajei para Buenos Aires, capital da Argentina, com disposição para driblar o frio e conhecer todos os encantos desta linda cidade.
Foi uma viagem só de meninas, onde tive a companhia da minha mãe Abigail, minha irmã Bruna e sua filha Laura, minha afilhada, e da minha filha Luíza.
Um amigo certa vez me disse que Buenos Aires é uma cidade viva. Concordo com ele. De uma noite luxuosa ao som de tango até discussões absurdas com taxistas marrentos, a viagem à capital da Argentina foi um misto de emoções inesquecíveis.
Nós ficamos hospedadas na região de Puerto Madero, um lugar agradável, onde se concentram um grande número de hotéis, restaurantes e casas noturnas. 


Foram cinco dias na cidade e nosso tour começou com uma caminhada até chegar a Ponte da Mulher, obra do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, cujo formato lembra o passo de uma mulher dançando tango.


O caminho é muito bonito, mesmo no inverno e com chuva, parece cena de um filme noir. A paisagem em preto e branco e as luminárias antigas tornam o visual romântico. 




Foi um ótimo jeito para começar a entrar no clima a cidade.


Queríamos iniciar a viagem indo a um excelente restaurante para provar a carne argentina e escolhemos o Cabaña Las Lilas. 


Neste primeiro dia, caminhamos pela Plaza de Mayo, a maior praça de Buenos Aires, onde acontecem as manifestações populares. 
O nome da praça refere-se à Revolução de Maio de 1810, que iniciou o processo de independência das colônias da região do sul da América do Sul. 


No entanto, ela ficou mais conhecida quando as mães passaram a se reunir ali em busca de notícias de seus filhos desaparecidos durante a ditadura militar na Argentina, chamadas de “As mães da Plaza de Mayo”. 


A praça fica em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, um prédio bonito e imponente. 

Desfile da Guarda  na Plaza de Mayo
Há duas versões para a cor rosada das paredes. A primeira é que a tinta foi feita a partir de uma pigmentação retirada do sangue de um tipo de animal e a segunda que foi uma mistura de cores vermelho e branco para simbolizar partidos políticos da época. 


Quando estava olhando para o prédio, me lembrei da cena do filme em que Madona – interpretando Evita - aparece cantando da janela “Don’t cry for me Argentina...”.
Embalados pelo clima do passado, decidimos conhecer o Café Tortoni, o mais antigo da cidade. Mesmo com chuva, encaramos uma fila de mais de meia hora. 

Olha a fila!

Estátua em frente ao Café Tortone
O café tem ares de antigamente, conta com um pequeno museu e também espaço para show de tango. É bonito, mas eu não volto. 


Lembro que pedi um churros com doce de leite, um dos doces mais comuns na Argentina, veio duro e frio. Mas, o pior mesmo foi o atendimento. 


Na volta para o hotel, estava chovendo e decidimos pedir um táxi. Eu já tinha ouvido algumas histórias ruins sobre os taxistas na Argentina, mas eu sempre achei que a pessoa que contava tinha dado azar.
Porém, dessa vez, eu preciso concordar. Ao longo dos dias que passei na cidade, descobri que para andar de táxi na Argentina é preciso se fazer de surdo, desentendido e ter muita paciência para não arrumar confusão.
Quer dois bons conselhos? Não vá ao Café Tortoni e ande de UBER.

2º dia – Nós fomos conhecer a Calle Florida, no centro de Buenos Aires, um calçadão cheio de lojas, onde a mais famosa e bonita é a Galeria Pacífico. 


Eu esperava uma rua elegante, mas achei decadente e não me senti segura para relaxar e fazer compras. Não era possível caminhar um instante sem ser abordada por um vendedor de lojas de câmbio ou roupas de couro. 
Galeria Pacífico é super chique e parece um oásis  para quem sai da Calle Florida, porém, os preços são altos. 



  Quer passear em um lugar com gente bonita e lojinhas ripadas? Vá ao bairro da Recoleta. 


O bairro da Recoleta é como se fosse o bairro dos Jardins, em São Paulo. Restaurantes moderninhos, lojas bacanas, um ambiente jovem e bonito. 


Nós almoçamos no El Club de la Milanesa, uau! Vale muito a pena. O atendimento é ótimo e a comida estava deliciosa. Dizem que é o melhor bife a milanesa da cidade. 


Pertinho dali fica a Livraria El Ateneo, considerada uma das mais bonitas do mundo! 


Ela foi construída dentro de um antigo teatro. Na parte onde antes havia sido o palco, foi construído um café delicioso. 


Sem dúvida, esse foi um dos lugares mais lindos que visitei na cidade. 


Nesta noite, nós fomos ao Asia de Cuba, um restaurante em Porto Madero que se transforma em balada após a meia-noite. Eu amei o lugar, atendimento e a comida.
Ali eu comi o melhor macarrão com frutos do mar da minha vida, ainda por cima o preço é justo. Se quiser jantar, chegue antes das 23h, depois o restaurante fecha.

3º dia – Quando eu viajo uma das coisas que eu mais gosto de fazer é caminhar pelas ruas da cidade. 


Neste dia, andamos até a Plaza de Mayo para conhecer a Igreja Matriz da cidade, onde o Papa Francisco era arcebispo antes de ir para o Vaticano. Esse seria um dia cultural. 


Nesta igreja está o mausoléu com os restos mortais do General San Martin e dos generais Guido e Las Heras, além do simbólico Soldado Desconhecido. 


San Martín foi um general argentino e o primeiro líder da parte sul da América do Sul que obteve sucesso no seu esforço para a independência da Espanha, tendo participado ativamente dos processos de independência da Argentina, do Chile e do Peru. 


Também visitamos o Cabildo onde, desde a fundação de Buenos Aires, em 1580, eram presos pessoas de ambos os sexos, por diferentes razões: homicídios, roubos, jogos proibidos, prostituição... 


Hoje, neste local, funciona o Museo Nacional del Cabildo y la Revolución de Mayo, exibindo várias peças da época colonial e da independência. 


Apesar da chuva, omos conhecer o Cemitério da Recoleta, onde está o túmulo de Evita Perón.


Pode parecer um passeio meio fúnebre, mas é um lugar muito visitado. Tinha até um guia turístico no local. 


Para amenizar o clima, caminhamos até a Avenida Alvear, uma elegante avenida onde estão as mais requintadas lojas internacionais de roupa. Um luxo só.

Nesta noite, fomos ao show na casa noturna Senhor Tango


Reserve uma noite para conhecer esse lugar, vale cada centavo. O jantar é super chique, comida deliciosa e atendimento de primeira. E o show? Ah... uma emoção. 


4º dia – Domingo em Buenos Aires? Acorde cedo e vá conhecer a Feira de San Telmo. Lá tem um pouco de tudo. 


Começamos o passeio pela feirinha de antiguidades na Plaza Dorrego e de lá caminhamos pela rua principal, onde há diversas lojinhas e ambulantes vendendo placas antigas, pinturas, objetos de decoração, bijuterias, artigos de couro, brinquedos, comidinhas... 


O bairro é encantador e o ambiente animado, com muitos artistas se apresentando na rua. Teatro de marionetes, dançarino de tango e muita música. 



Nós entramos no Mercado de San Telmo, onde existem diversas lojas de livros e posters de filmes antigos em meio às barraquinhas de frutas, restaurantes e cafés. 

 


Neste clima de antigamente, fomos conhecer o bairro La Boca, onde fica uma rua cheia de casinhas coloridas, conhecida por Caminito.



 É um lugar bem peculiar, aproveite para comprar lembrancinhas da viagem e tirar fotos.



5º dia – Último dia da viagem, nós reservamos para conhecer o bairro de Palermo Soho. É um bairro moderninho, com muitas praças, cafés, restaurantes e lojinhas, claro! 


Nós fomos às compras e, pela primeira vez na viagem, consegui me sentir tranquila na rua para olhar as vitrines.
Como eu disse no começo deste post, a viagem a Buenos Aires foi um misto de emoções e, hoje, quando penso sobre isso, sinto saudades. 


Foram dias intensos que passamos em meio a uma gente apaixonada, que defende o seu país e suas tradições com muita força.
Às vezes isso me pareceu meio rude, mas depois de refletir, hoje eu cheguei à conclusão de que é apenas o jeito deles de ser.
Eu volto? Claro que sim. É uma cidade que não nos deixa indiferente.



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