sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Conselho ou solução?

Por Giobert M. Gonçalves


Qual a diferença entre conselho e solução?
É simples, conselho é bom pra quem dá e solução vem de quem pede. Pera aí, eu vou explicar melhor. 
Cada um de nós tem um imenso arquivo de informações na mente que é tudo que você viu, ouviu e sentiu desde o primeiro momento de consciência (seja ela onde você quiser colocar: vidas passadas, herança genética, DNA familiar ou cultural, vida intrauterina etc.). 
Então, toda a sabedoria necessária, está dentro de você e, portanto, você tem a melhor solução para os seus problemas. Se for dar essa solução para outra pessoa, vira conselho e, como eu já disse, conselho é bom para quem dá.
Imagina você que existe uma realidade só sua, uma interpretação pessoal do mundo externo. Por exemplo, hoje mesmo (nesse dia em que digito esse pequeno texto) eu encontrei uma pessoa e achei que ela não estava à vontade comigo. Aí eu pergunto pra você, será que o meu achismo estava correto? Esse tipo de conclusão nós chamamos de alucinação. Eu estava alucinando que a pessoa estava constrangida comigo. Será que o meu umbigo não poderia estar maior não? É muita petulância da minha parte deduzir algo assim, o correto seria eu perguntar a pessoa se realmente o que eu intuí era verdadeiro. Ela poderia estar naquele estado por um milhão de outros motivos e não por minha causa. Essa minha realidade ou interpretação pessoal, eu chamo de representação interna, ou seja, aquilo que eu imagino e acredito como verdadeiro baseado naquilo que eu interpreto da realidade externa. Um conselho nada mais é do que uma representação interna do que eu acho que poderia ser útil para o outro.
Mas então eu não posso dar conselho? Não foi isso que eu disse, muitos conselhos até que são ótimos, mas os melhores conselhos são aqueles que possuem dose suficiente de respeito para com quem os recebe. Mas não ajuda o outro a pensar, concorda? Só há duas maneiras de um conselho ajudar o outro a pensar: quando o conselho é tão ruim que nem quem deu quer, mas que irá fazer quem recebe pensar muito (e tá cheio de conselho assim, ó!), ou o conselho combo. Conselho combo é o que vem acompanhado de diversas possibilidades, tipo três em um. Vou contar um segredo, chega perto: a mente, quando recebe mais de três opções, começa a desenvolver mais opções ainda porque ela percebe que se há três, pode haver quatro, cinco ou mais escolhas diferentes. Porque três? Quando você tem uma opção você não tem escolha, é aquilo e ponto final. Quando você tem duas opções, na verdade você tem um dilema, ou isso, ou aquilo. Mas quando há três ou mais opções o cérebro começa a trabalhar em termos de possibilidades. Então, se for aconselhar, procure dar no mínimo três opções para que a pessoa pense. Se não souber fazer isso, dê um mau conselho!
Ou faça perguntas. Perguntar ajuda a pensar:

1- O que seria ideal?
2- O que você precisa fazer? E o que mais?
3- Qual o primeiro passo?
4- Se você tivesse todas as capacidades do mundo para alcançar este objetivo, o que você faria?
5- O que mais está faltando?
6- O que dá certo para outras pessoas? Você pode copiar?
7- O que seria um milagre? Como ajudá-lo a acontecer?
8- O que você já fez no passado que pode ser retomado?
9- De todas as ideias, qual é a mais funcional?
10- Qual resultado você quer ter?
11- Então, o que você vai fazer a partir de agora para chegar lá?

Com perguntas como essas acima e outras que instiguem a mente, você pode ajudar muito mais a pessoa encontrar uma solução. E com certeza, essa solução virá de uma forma orgânica, totalmente alinhada às condições internas do sujeito e possíveis de execução porque sairá de dentro de suas próprias possibilidades. Então, o conselho que eu dou a vocês... ops!! Conselho não... rs.

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