quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Finalmente, chegamos em Machu Picchu!


A primeira coisa que você deve saber é que Machu Picchu é o nome de uma montanha, por onde passa uma antiga trilha que dá acesso a “cidade perdida dos incas”.
A cidade está localizada a 2400 metros de altitude. Saindo de ônibus de Águas Calientes levamos cerca de 1h para chegar até lá.


Na entrada, precisamos contratar um guia. É obrigatório. Você pode escolher fazer o tour privado ou em grupo de até 10 pessoas. 


Óbvio que em grupo é mais barato, mas nem tanto. O nosso grupo tinha cinco pessoas e pagamos, eu e meu marido, U$ 70,00. O pagamento é feito antes do passeio. 

 
Quando chegar à cidade, antes de passar na bilheteria, vá ao banheiro. Não tem banheiro lá dentro e se você sair depois não poderá retornar. 


Para conhecer a cidade sagrada um dia inteiro é suficiente. 


Nós queríamos subir a montanha Wayna Picchu (jovem montanha), que aparece sempre nas fotos icônicas da cidade sagrada. 


Não é uma subida simples. Para começar é preciso marcar hora porque o número de visitantes diários é limitado a 400. 


Os bilhetes devem ser reservados no site oficial do Ministério da Cultura do Peru, com 2 ou 3 meses de antecedência. O preço do bilhete para adulto custa 200,00 soles. 
Algumas partes da trilha são escorregadias e protegidas por cabos de aço. Mas, em alguns locais é preciso subir de quatro ou segurando na vegetação. 



Fora isso a subida é íngreme, estreita e parece que vai dar no céu porque não acaba nunca. Ufa! É preciso ter disposição.
Eu achei o grau de dificuldade alto, mas isso depende de cada um. Por exemplo,eu vi pessoas subindo apoiadas em bengalas, crianças...


O pico de Wayna Picchu está por volta de 2.720 metros acima do nível do mar. Lá de cima da para ver toda a cidade sagrada, porém é preciso escolher o dia e a hora certa para subir a montanha. 
Quando subimos, estava chovendo um pouquinho e quase não conseguimos enxergar a cidade por causa das nuvens. 


Os guias disseram que o melhor horário é por volta das 12h, quando o céu geralmente fica mais limpo.
Nós ficamos esperando e conseguimos ver a cidade, mas foi bem rápido. Logo as nuvens cobriraram tudo outra vez. 


Na hora que for organizar a sua viagem é importante escolher a estação da seca (abril a outubro).
Além de ter um visual mais bonito da cidade sagrada, quando chove muito não é permitido o acesso ao local.
Quando descemos de Wayna Picchu, a nossa guia veio nos encontrar e continuamos o passeio pela cidade sagrada. 

Templo das 3 Janelas

Pedra Sagrada

Relógio de Sol

Durante o passeio a guia foi nos explicando o significado do que estávamos vendo. Mas, sem dúvida nenhuma, o que me deixou mais encantada foi a beleza do lugar.
Talvez essa energia venha das montanhas ou esteja relacionada aos mistérios que envolvem o lugar. 


Machu Picchu foi descoberta, em 1911, pelo arqueólogo americano Hiram Bingham, o primeiro a entrar na cidadela depois de séculos.
O seu guia foi um agricultor da região, chamado Melchor Arteaga, que sabia da existência das ruínas no topo da velha montanha ("machu picchu"). Quando eles chegaram o local estava abandonado e coberto pela vegetação. 


Hoje, Machu Picchu é considerado um patrimônio mundial pela Unesco e, desde então, os pesquisadores vem tentando descobrir porque a cidade foi construída neste local, qual era a sua importância para os incas e o que realmente acontecia ali.
Os estudos apontaram que a cidade foi construída por volta de 1450, durante o governo do imperador Pachakutec. 


Algumas teorias apontam que era o retiro da família real e outras afirmam que era uma universidade inca ou um laboratório agrícola e até um lugar para cerimônias às divindades como sol e a lua.
Uma coisa é certa a construção da cidade foi obra de especialistas em arquitetura, engenharia e astronomia. Ali nada foi feito por acaso. Tudo tem um sentido e parece apontar para o sol. 


Após essas explicações, nós nos despedimos da guia e continuamos a fazer o passeio sozinhos. 
Nós escolhemos um lugar bem alto e ficamos olhando a cidade cercada pelas imensas montanhas.
É um lugar que me fez refletir sobre a passagem do tempo e sobre o que realmente importa. 


Olhar para aquela cidade me fez imaginar o quanto os incas devem ter se esforçado para construí-la, quanta sabedoria e suor depositaram naquele solo. E para que?
Hoje, todo esse conhecimento morreu com eles, o que restou é um mistério.
Será que eles queriam que fosse assim? Se sentiriam ofendidos por verem a cidade sagrada invadida por milhares de turistas? 


Eu sei que nem todo mundo é tão louco quanto eu. Mas, de verdade, me senti um pouco invasora de um solo sagrado.
Então, eu rezei.
Agradeci aos espíritos das montanhas por terem me protegido na subida da Wayna Picchu.
Fiz uma reverência aos nobres incas por todo conhecimento e esforço para construir a cidade sagrada. 


Eu carimbei meu passaporte na saída do parque, retornei de trem à Ollantaytambo (onde deveria ter dormido mais uma noite) e de lá peguei o ônibus para Cusco.
No dia seguinte já estava de volta à minha casa no Brasil, mas trago Machu Picchu dentro de mim.
Sempre que começo a me apegar as coisas, tento lembrar que um dia eu não estarei mais aqui e tudo ficará perdido ou passará para as mãos de estranhos.
Então, isso me desperta para o que é essencial: viver!

Obs: Se você planeja conhecer Machu Picchu e ficou com alguma dúvida, envia uma mensagem. 

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